O Futuro da Energia no Brasil e no Mundo

Os combustíveis fósseis se tornarão obsoletos. Mas o que vem a seguir? O Hidrogênio Verde é atualmente a alternativa mais forte.

O Hidrogênio Verde (H2V) é uma fonte de energia produzida a partir de um processo que quebra água em hidrogênio e oxigênio, sem produzir emissões de gases de efeito estufa. Esse é uma promessa para o setor energético, com grande potencial de uso industrial e pouco poluente. Além disso, contribui para as metas de ação climática estabelecidas pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, o Protocolo de Kyoto e o Acordo de Paris. No Brasil, a consultoria McKinsey prevê que o Hidrogênio Verde tem o potencial de gerar uma receita de 10-12 bilhões de dólares apenas pelo mercado interno até 2040.

Tecnologias de hidrogênio possuem um papel essencial no setor energético por contribuírem na mobilidade e na indústria. Além de atuar como um portador de energia, o hidrogênio também pode ser usado como matéria-prima química. Isso o torna uma ferramenta importante nos esforços para o desenvolvimento da indústria nacional. 

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Para saber mais a respeito do papel do Hidrogênio Verde na Alemanha, assista o nosso vídeo da Fraunhofer Magazine!

Fraunhofer e iniciativas de Hidrogênio Verde no Brasil

 

O investimento em Hidrogênio Verde é de enorme importância para o Brasil dado seu potencial de produção e exportação. De acordo com um levantamento feito pela McKinsey, o H2V pode criar uma oportunidade de investimento de 200 bilhões de dólares no Brasil nos próximos 20 anos. O Brasil ocupa o 7º lugar na lista mundial de geradores de energia, com uma capacidade instalada atual de 175 GW (2021), além de possuir 83% da sua matriz energética proveniente de energias renováveis, o que demonstra o potencial do país em investir e exportar essa nova tecnologia.

Desde o início dos nossos trabalhos, o escritório no Brasil tem investido esforços na procura de projetos e desenvolvimento de parcerias nos setores de energias renováveis e H2V. Um exemplo ocorreu em agosto de 2022, onde houve a visita do Head do Fraunhofer Liaison Office Brasil, Dr.-Ing. Rodrigo Pastl, ao Complexo Industrial Portuário Governador Eraldo Gueiros (SUAPE) para verificar o projeto de implantação do hub de H2V local. Também, houve um workshop na Universidade de Pernambuco (UPE), onde foram mostradas tecnologias de hidrogênio desenvolvidas pela Fraunhofer, UPE e o Tec Hub do complexo de Suape. Além disso, em maio de 2022, foi realizado o EnergInno Brasil, uma iniciativa liderada pela Fraunhofer como parte de um projeto do BMBF "Pesquisa na Alemanha". Este tinha como o objetivo promover matchmaking de empresas, institutos de pesquisa e universidades em inovações nas áreas de energia renovável entre Alemanha e Brasil, com foco em H2V e Biogás. 

Projeto Fraunhofer H2Wind

 

A Fraunhofer é uma das maiores promotoras de pesquisa em Hidrogênio Verde na Alemanha. Um de seus projetos em destaque é o H2Mare do Ministério Federal Alemão de Educação e Pesquisa (BMBF), o qual busca explorar a presença de turbinas eólicas e eletrolíticos em locais offshore e é coordenado pela Fraunhofer-Gesellschaft, juntamente com a Siemens Energy.

Um dos quatro subprojetos do H2Mare é o H2Wind, que é financiado pelo governo federal para a produção hidrogênio perto do mar, onde o vento é abundante. Este se concentra em integrar a unidade que produz energia de hidrogênio diretamente a uma turbina eólica, fonte de energia limpa que quebra a água em hidrogênio e oxigênio. A Fraunhofer faz parte do time de pesquisadores encabeçados pelo H2Wind e tem trabalhado nele em tempo recorde. Embora o projeto só tenha sido lançado em 2021, os pesquisadores planejam apresentar soluções para os eletrolisadores offshore (em alto-mar) já em 2025.

Escrito por:

Isabella Nascimento